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Grandes Empresas Brasileiras e as Contradições em Relação ao ESG: A Promessa Não Cumprida

As práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) têm ganhado destaque no discurso corporativo brasileiro, prometendo um futuro mais sustentável e responsável. No entanto, uma análise recente revela que muitas grandes empresas no Brasil enfrentam contradições significativas entre suas declarações públicas e suas ações reais.




O compromisso com o meio ambiente é uma das áreas mais problemáticas. Empresas de setores como mineração e agronegócio, que divulgam amplamente suas iniciativas ecológicas, continuam a enfrentar denúncias de desmatamento ilegal e contaminação de recursos hídricos. Um exemplo marcante é a mineradora Vale, que, apesar de investimentos anunciados em tecnologias verdes e recuperação ambiental, ainda lida com as consequências dos desastres de Brumadinho e Mariana, cujas reparações ambientais e sociais estão longe de serem concluídas.


No âmbito social, as contradições também são evidentes. Muitas corporações brasileiras promovem campanhas publicitárias que destacam suas contribuições para a comunidade e diversidade no local de trabalho. Contudo, trabalhadores de empresas como JBS e BRF denunciam condições precárias de trabalho e falta de segurança, além de problemas relacionados à saúde e bem-estar dos empregados, exacerbados durante a pandemia de COVID-19.


A governança corporativa, a terceira vertente do ESG, não escapa das incoerências. Empresas como Petrobras e Eletrobras têm sido alvo de escândalos de corrupção, que colocam em dúvida a eficácia de suas práticas de governança e transparência. Mesmo com a implementação de códigos de ética rigorosos e políticas de conformidade, as recorrentes investigações sobre subornos e fraudes indicam que há um longo caminho a ser percorrido para garantir uma governança verdadeiramente íntegra e transparente.


Essas contradições não passam despercebidas pelos investidores e consumidores, que se mostram cada vez mais atentos e críticos. A crescente demanda por práticas empresariais verdadeiramente sustentáveis e responsáveis coloca pressão sobre as corporações para alinhar suas ações com suas declarações. Contudo, há uma preocupação crescente com a prática de "greenwashing", em que empresas fazem alegações ambientais exageradas ou enganosas para melhorar sua imagem pública.


"Os stakeholders estão cada vez mais vigilantes e exigem autenticidade. As empresas não podem mais se esconder atrás de campanhas de marketing bem elaboradas. É essencial que as ações falem mais alto que as palavras", afirmou Mariana Oliveira, especialista em sustentabilidade empresarial. O fenômeno do greenwashing mina a confiança do público e pode ter repercussões negativas para as marcas que não cumprem suas promessas ambientais.


À medida que a conscientização sobre ESG aumenta, as grandes empresas brasileiras enfrentam o desafio de superar essas contradições e implementar mudanças reais. A adoção de práticas ESG não pode ser apenas uma estratégia de relações públicas, mas deve refletir um compromisso genuíno com um futuro sustentável e justo.


A evolução dessa dinâmica será crucial para determinar se as promessas de ESG no Brasil se transformarão em ações concretas ou permanecerão apenas no campo das intenções. O combate ao greenwashing e a promoção de práticas empresariais verdadeiramente sustentáveis serão decisivos para construir um futuro mais ético e responsável.


O texto anterior é uma paráfrase de: https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/esg-as-praticas-e-contradicoes-da-vale-da-petrobras-e-da-natura/

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